A macabra ilha das Bonecas Mortas



Na região rural de Xochimilco, ao sul da Cidade do México, existe um local onde as árvores estão cheias de bonecas penduradas. Há bonecas por todo lugar! O local é assim desde 1952.

Uma garotinha brincava inocentemente, quando sua boneca caiu no canal. Ao tentar pegar o brinquedo, ela caiu na água e morreu afogada. Foi uma tragédia no local. A cidade é pequena e todos se conheciam. O luto foi grande. Com o tempo, muitos moradores começaram a ouvir sons durante à noite. Alguns relataram ter ouvidos choros de crianças e, outros, palavras desconexas em tom de lamento.

Anos depois, um morador chamado Julián Santana Barrera, que também era atormentado pelos sons fantasmagóricos, entendeu nos murmúrios o que a sofrida alma queria. Entre os gemidos ele conseguiu identificar as palavras "Minha boneca". A região estava assombrada pela alma da garota que tinha se afogado nos canais em frente à sua casa. Ele viu uma boneca flutuando na água e a pendurou em uma árvore para espantar o mal e, ao mesmo tempo, deixaria o espírito da menina contente.

Funcionou! Os sons pararam e o povo pôde dormir em paz!

Desde então, o Barrera transformou a ilhota em uma espécie de santuário. Colocava nas árvores todas as bonecas descartadas que encontrava nos canais ou no lixo. Por esse motivo, algumas delas estão danificadas, com partes faltando – o que só aumenta o ar macabro. Habitantes das regiões próximas também davam brinquedos em troca de alimentos que Barrera cultivava em sua horta.

Mas como toda criança, a alma da garota facilmente enjoou do brinquedo e voltou a chorar. Então Julián colocou outra, e outra, e outra... E muitos moradores fizeram o mesmo. A história seguiu até o ano de 2001 quando o senhor morreu...Curiosamente AFOGADO! Quase exatamente 50 anos após o afogamento da garota.

Dizem que, após a morte de Julián, não se ouviu mais os lamentos da garota, mas os moradores ainda seguem com a tradição colocando bonecas velhas nas árvores e alimentando a crença de um lugar que já se tornou atração turística no México.

Para chegar lá, é preciso usar uma espécie de gôndola chamada trajinera. Parentes do camponês tomam conta do local, que chega a receber de 20 a 50 visitantes por dia.